No nosso último post da série "Como criar um aplicativo personalizado", você acompanhou todas as etapas para planejar um app de forma estratégica. Agora, vamos trazer informações mais aprofundadas sobre design de interface do usuário.
Na prática, a interface do usuário (UI) é a forma como as pessoas interagem com o seu aplicativo. Portanto, esse design precisa ser projetado de forma cuidadosa - e com foco na usabilidade. Assim, esta etapa envolve a conversão dos requisitos em uma experiência visual/de navegação fácil, prática e intuitiva que envolva os usuários. Vamos aos detalhes!
Wireframing e prototipagem
A criação de wireframes é o primeiro passo para definir a estrutura e o layout da aplicação. Eles oferecem uma visão geral clara da navegação e dos fluxos, ajudando a identificar possíveis falhas desde o início — sem a preocupação com detalhes visuais ou de design.
Na sequência, é hora de evoluir para os protótipos interativos, que simulam a experiência real do usuário. Com eles, você consegue testar funcionalidades, validar ideias e ajustar o funcionamento da interface antes de iniciar o desenvolvimento.
Hoje, ferramentas como Figma e Adobe XD facilitam a criação de wireframes digitais de forma rápida e colaborativa. Além de acelerar o processo, essas plataformas permitem compartilhar facilmente os protótipos com sua equipe e stakeholders, promovendo feedbacks ágeis e decisões mais assertivas.
O que você precisa saber
Objetivos dos wireframes
Antes de qualquer linha de código, é preciso estruturar a lógica e a arquitetura do seu aplicativo. Os wireframes cumprem esse papel, funcionando como plantas baixas que mostram a disposição dos elementos, funcionalidades e fluxos, sem se preocupar com cores ou elementos visuais. Imagine um app de restaurante: o wireframe indicaria onde ficarão o cardápio, as reservas e as avaliações, guiando o projeto desde o início.
Níveis de fidelidade: do rascunho ao quase real
Wireframes podem variar em fidelidade: os de baixa fidelidade são esboços simples que ajudam a explorar ideias rapidamente. Já os de alta fidelidade se aproximam mais da interface final, com maior detalhamento estrutural — embora ainda sem elementos gráficos finais. Um wireframe de alta fidelidade para uma rede social, por exemplo, mostraria a disposição dos posts, botões e menus, sem aplicar o design definitivo.
Facilitadores de comunicação
Wireframes são fundamentais para alinhar expectativas entre designers, desenvolvedores e stakeholders. Eles traduzem ideias técnicas em algo visual e compreensível, inclusive para quem não é da área. Em um projeto de e-learning, por exemplo, ajudam a ilustrar como será o painel do aluno — mesmo antes de qualquer prototipagem ou desenvolvimento.
Protótipos: experiência interativa antes do código
Protótipos são modelos interativos que simulam a navegação e os fluxos do aplicativo, permitindo testar a usabilidade antes da implementação. Um protótipo de e-commerce, por exemplo, pode simular a jornada completa: navegação por categorias, adição ao carrinho e checkout — tudo sem uma única linha de código funcional.
Ferramentas de prototipagem
Ferramentas como InVision, Figma e Axure RP permitem criar protótipos navegáveis e altamente realistas. Com elas, é possível montar a simulação completa de um app de viagens, por exemplo, testando a transição entre reservas de voos, hotéis e carros.
Veja um exemplo prático para hotel:
Testes e feedback
Protótipos são ideais para testes de usabilidade. Usuários reais podem experimentar os fluxos e fornecer feedback valioso antes da fase de desenvolvimento. Em um app fintech, por exemplo, é possível validar se o processo de abrir uma conta ou fazer uma transferência é intuitivo.
Design iterativo
Tanto wireframes quanto protótipos são criados e aprimorados de forma iterativa. A cada nova rodada de feedback, o design evolui. Pense em um app de monitoramento de atividades físicas: ele pode passar por várias versões de protótipos até que a interface esteja perfeita para sincronizar com dispositivos e oferecer uma experiência ideal.
Da ideia ao lançamento
O processo de desenvolvimento caminha naturalmente dos wireframes aos protótipos, até chegar à versão final do aplicativo. Cada etapa adiciona mais clareza, funcionalidade e refinamento. No caso de um app de streaming de música, por exemplo, começa-se com a estrutura das telas, evolui-se para protótipos com reprodução de músicas e gerenciamento de playlists, até chegar ao desenvolvimento completo.
Crie uma UI/UX visualmente atraente
A interface do seu aplicativo precisa ir além da beleza visual — ela deve ser funcional, intuitiva e estrategicamente pensada para orientar cada interação do usuário. Isso envolve trabalhar com esquemas de cores que comuniquem bem, uma hierarquia visual clara e elementos destacados que direcionem a atenção para o que realmente importa. Quando bem executada, a interface se torna uma aliada no sucesso do app, facilitando a navegação e promovendo uma experiência envolvente e eficiente.
Para criar uma interface eficiente e agradável, aplique princípios fundamentais de design: mantenha a consistência nos estilos de botões, alinhamento e tipografia; utilize o contraste de forma estratégica para destacar elementos interativos em relação àqueles que apenas informam ou dão feedback. Além disso, teste seu design com usuários reais de forma contínua — só assim será possível garantir que a experiência atenda, de fato, às necessidades e expectativas do público.
Exemplo do mundo real: Spotify
A interface do aplicativo móvel do Spotify é simples e bem estruturada, com um tema escuro consistente que realça as capas dos álbuns e imagens dos artistas. A navegação é intuitiva, com uma barra inferior estrategicamente posicionada para acesso rápido às principais funções.
O design prioriza a legibilidade e o uso inteligente de ícones, facilitando a localização de recursos essenciais. Um ótimo exemplo é o botão de reprodução aleatória, sempre visível nas páginas de álbuns, permitindo que o usuário inicie a reprodução com um único toque. Esses pequenos detalhes tornam a experiência mais personalizada, otimizando a descoberta musical de forma leve, divertida e adaptada ao gosto de cada usuário.
Acessibilidade para todos os usuários
Um bom design de UI/UX deve ser inclusivo e acessível, garantindo uma experiência satisfatória para todos os usuários, independentemente de suas habilidades. Isso envolve pensar em soluções que funcionem bem para pessoas com deficiência, assim como para diferentes dispositivos e tamanhos de tela.
Incorporar recursos como suporte a leitores de tela, alto contraste, áreas de toque bem dimensionadas e responsividade aprimora significativamente a usabilidade. Além disso, funcionalidades como conversão de texto em voz e imagens em alta resolução ampliam o alcance do aplicativo.
Ferramentas como o Axe (para Android e web) e os recursos nativos de acessibilidade dos sistemas operacionais podem ser grandes aliadas nesse processo, permitindo identificar e corrigir barreiras de uso durante o design e o desenvolvimento. Tornar seu aplicativo acessível não é apenas uma boa prática — é um diferencial que amplia seu público e reforça seu compromisso com a experiência do usuário.
Apple: mais um exemplo real
Um bom exemplo de design avançado de UI/UX está na linha de produtos da Apple. Para Steve Jobs, o design ideal começava na perspectiva do usuário — unindo funcionalidade, tecnologia e estética para oferecer uma experiência fluida e intuitiva. Ele defendia que o design não se limitava à aparência, mas incluía profundamente o modo como algo funciona.
A interface do iPhone exemplifica bem esse conceito: minimalista, limpa e extremamente fácil de usar. A tela inicial prioriza a simplicidade, evitando distrações visuais desnecessárias. A navegação por gestos é fluida e responsiva, enquanto a interface touchscreen foi projetada para ser intuitiva desde o primeiro toque. Tudo é pensado para reduzir a curva de aprendizado e tornar a interação natural — um verdadeiro modelo de usabilidade centrada no usuário.
UI personalizado em plataforma low-code
Para ajudar nesse processo, o Zoho Creator oferece um construtor de interface que permite criar designs personalizados sem a necessidade de ampla experiência em codificação.
Com uma interface de arrastar e soltar, os usuários podem montar layouts complexos de forma simples e rápida, adicionando componentes como tabelas de dados, gráficos, imagens e botões para aprimorar a funcionalidade do design. Além disso, é possível personalizar o layout aplicando esquemas de cores, tipografia e estilos de design próprios.
O Zoho Creator também oferece mais de 200 modelos de design configuráveis que podem ser adaptados às necessidades específicas de diferentes setores, como finanças, saúde, vendas e marketing. Esses modelos são compatíveis com diversas plataformas, incluindo aplicações web, móveis e para tablets, garantindo que o design seja responsivo e adequado a diferentes dispositivos.
Além disso, os usuários podem incorporar widgets JavaScript para estender a funcionalidade das aplicações, permitindo a adição de recursos como seletores de data, campos de assinatura, uploads de imagem, scanners de código de barras e geolocalização.
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Texto original de Pranesh, traduzido e adaptado para o português por Jessica Arruda Krieger
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