O mercado de dados se tornou um dos mais promissores da atualidade. A cada ano, cresce a demanda por profissionais capazes de transformar informações em insights estratégicos. Mas se engana quem pensa que existe apenas um “profissional de dados”.
Hoje, a área se divide em diferentes especializações — cada uma com responsabilidades, desafios e rotinas próprias.
Segundo a pesquisa realizada pelo Data Hackers em parceria com a Bain & Company (2024/2025), os cargos mais comuns no setor são: Analista de Dados (25,07%), Cientista de Dados (17,99%) e Engenheiro de Dados (16,06%). Juntos, eles já representam quase 60% do mercado.
A seguir, você vai conhecer a rotina real desses três papéis — com depoimentos de profissionais que vivem o dia a dia da área e mostram que não existe um único caminho para trilhar uma carreira em dados.
Cientista de Dados: análise profunda e impacto transversal
Marina Cavalcante atua como Especialista em Regulação na Anatel, mostrando que a ciência de dados também tem espaço no setor público. Sua rotina envolve desde a visualização de dados e aprendizado supervisionado em Python até a catalogação e governança da informação.
“Quase todo dia há um novo aprendizado. A parte que mais demanda esforço é o tratamento adequado dos dados, mas também é essencial saber comunicar os resultados com clareza. Tornar o dado compreensível é tão importante quanto a análise em si.” — Marina Cavalcante
Esse depoimento evidencia o caráter transversal e multidisciplinar da ciência de dados, além da crescente relevância do tema em órgãos governamentais.
O que faz um cientista de dados?
O papel do cientista de dados vai muito além de criar modelos estatísticos. Ele atua em diferentes etapas do processo analítico, como:
- Coleta e tratamento de dados de diferentes fontes.
- Modelagem estatística e machine learning para prever cenários.
- Identificação de padrões e anomalias em grandes volumes de informação.
- Visualização e comunicação de resultados para públicos não técnicos.
- Colaboração com áreas de negócio para transformar insights em decisões.
Na prática, é um profissional que combina conhecimento técnico, pensamento crítico e boa comunicação para gerar valor estratégico a partir de dados.
Analista de Dados: a ponte entre negócio e tecnologia
Raquel Reis é Staff Data Analyst na Hotmart, empresa referência no mercado de cursos online. Sua atuação conecta diretamente dados ao desenvolvimento de novas funcionalidades no checkout.
No dia a dia, o analista de dados atua em squads multidisciplinares, alinhando-se com desenvolvedores, designers e product managers. A rotina passa por:
- Testes A/B;
- Acompanhamento de KPIs;
- Modelagem e tratamento de dados;
- Construção de dashboards;
- Apresentações estratégicas.
Raquel destaca que "o diferencial está em entender o negócio a fundo. Jogar dados em uma planilha e gerar gráficos não é a parte mais difícil. O verdadeiro impacto vem quando você traduz métricas em recomendações que fazem sentido para quem decide.”
Esse papel mostra como o analista de dados funciona como elo entre áreas técnicas e estratégicas, gerando impacto direto no negócio.
Como se tornar um analista de dados
A profissão de analista de dados é uma das portas de entrada mais acessíveis no universo de dados, mas exige dedicação para construir as habilidades certas. Para seguir esse caminho, alguns pontos são essenciais:
- Formação acadêmica: cursos de Estatística, Ciência da Computação, Engenharia ou áreas afins ajudam a formar a base técnica, mas não são obrigatórios. Muitos profissionais migram de outras áreas.
- Domínio de ferramentas: Excel avançado, SQL e linguagens como Python ou R são fundamentais para trabalhar com bancos de dados e análises.
- Visualização de dados: saber usar ferramentas como Tableau, Power BI ou Zoho Analytics é um diferencial importante para comunicar resultados.
- Mentalidade analítica: mais do que técnica, é preciso desenvolver pensamento crítico para traduzir números em insights aplicáveis.
- Conhecimento do negócio: entender o setor em que atua (finanças, marketing, varejo, saúde etc.) é o que diferencia um analista técnico de um analista estratégico.
Com a alta demanda do mercado, há diversos cursos online, bootcamps e formações práticas que aceleram o processo de aprendizado. Além disso, participar de comunidades e eventos de dados ajuda a criar networking e entender melhor os desafios reais da profissão.
Engenheiro de Dados: tecnologia para escalar informações
Fernanda Vilela é Senior Data Engineer na Kake, empresa americana que conecta talentos globais de engenharia de software. Atuando de forma remota, ela exemplifica a possibilidade de construir uma carreira internacional em dados.
Sua semana costuma se dividir entre:
- Desenvolvimento de ferramentas e pipelines de dados.
- Pesquisa e documentação para estruturar processos.
- Colaboração e mentoria com outros times.
- Suporte operacional para usuários da plataforma de dados.
“É uma rotina multifacetada, que mistura dados, backend e cloud. O desafio é estruturar a base para que toda a empresa possa trabalhar de forma confiável com dados.” — Fernanda Vilela.
Aqui, fica claro como a engenharia de dados está no coração da infraestrutura que possibilita análises escaláveis e seguras.
Lições de quem já está na estrada
Além de compartilharem sua rotina, as três profissionais também deram conselhos para quem deseja seguir na área de dados:
Marina (Ciência de Dados): "Não tenha medo de ser júnior, mantenha a curiosidade viva e saiba comunicar resultados de forma clara."
Raquel (Análise de Dados): "Entenda o negócio em profundidade; os desafios técnicos se resolvem, mas o diferencial está em gerar insights aplicáveis."
Fernanda (Engenharia de Dados): "Busque apoio em comunidades, participe de eventos e trace seu caminho a partir do objetivo final."
Carreira em dados: um universo de possibilidades
O mercado de dados mostra que não existe um único caminho. Seja no setor público, em empresas brasileiras de tecnologia ou em multinacionais globais, as oportunidades se multiplicam.
Mais do que dominar ferramentas, a carreira em dados exige curiosidade, resiliência e capacidade de aprender continuamente. O ponto de partida pode até ser parecido, mas a jornada de cada profissional será única.
Seja qual for o seu perfil — mais técnico, estratégico ou multidisciplinar —, há espaço para você nessa área em constante evolução.
Quer continuar explorando caminhos interessantes para sua carreira em dados? Então entenda mais sobre IA Generativa na análise de dados!

Comments